As aulas presenciais nas escolas estaduais, municipais e particulares de Bauru retornarão apenas em 2021. O prefeito Clodoaldo Gazzetta informou a decisão ao JC na noite desta sexta-feira (2) e um decreto com os detalhes deve ser publicado no Diário Oficial do Município neste final de semana. O chefe do Executivo afirma que a suspensão foi decidida de forma conjunta pelos prefeitos do Pacto Regional e que será seguida pelas 42 cidades que compõem o grupo.
A medida vale para o aprendizado de novos conteúdos e não afeta as atividades de acolhimento e reforço permitidas em escolas particulares desde 21 de setembro (leia mais abaixo).
A decisão de Gazzetta ocorre após intensas rodadas de discussões, que também incluíram o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19.
Há pouco mais de um mês, o governo estadual permitiu o retorno das aulas presenciais para 7 de outubro para o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). O Fundamental tinha previsão de voltar em 3 novembro. A palavra final, contudo, caberia às prefeituras de cada cidade, que são responsáveis por liberar de fato ou não, por meio de decretos, o retorno, conforme os cenários da pandemia.
EVITAR
Em Bauru, a suspensão foi definida, segundo Gazzetta, como forma de evitar maior propagação da Covid-19 e também por falta condições sanitárias para o retorno das aulas no modelo convencional. "Fazer a população toda voltar a circular pela cidade, neste momento, é um risco desnecessário que colocaria em risco as crianças, os pais e os servidores públicos. A Itália, por exemplo, realizou o volta às aulas, mas terá que fechar tudo de novo por causa de uma contaminação gigante entre alunos e professores", cita.
Juntas, as redes estadual e municipal possuem cerca de 63 mil alunos matriculados nos ensinos Fundamental e Médio. "Precisaríamos de uma operação de guerra para colocar as escolas públicas em atividade. E faltam apenas três meses para o ano terminar", avalia Gazzetta.
ENSINO SUPERIOR
A decisão desta sexta (2) não abrange o Ensino Superior. O prefeito conta que avalia, junto ao Comitê da Saúde, mais flexibilizações para essas instituições. Hoje, os ensinos Superior e Técnico na cidade podem funcionar com aulas laboratoriais e práticas, mas com restrições.
"São ambientes em que as pessoas são adultas e o comportamento é outro. Já nas escolas, é mais difícil controlar as crianças e adolescentes", observa Gazzetta.
Liberadas desde 21 de setembro, as aulas de reforço e atividades de acolhimento nas escolas particulares terão ampliado o horário por decreto municipal. A delimitação de alunos também será aumentada.
O apoio permitido das escolas aos estudantes passará de 3 horas e meia para 5 horas. Gazzetta afirma que a medida visa adequar o horário ao que já era previsto pelo Plano São Paulo.
Já a limitação de estudantes, que era de 20% do total de matriculados em cada série, passará a 20% por sala de aula.
Por enquanto, nem as escolas municipais e estaduais estão com o reforço e acolhimento liberados. O motivo, segundo Gazzetta, é a falta de estrutura.
A prefeitura promete, contudo, que fará, por meio de pregão eletrônico e até o fim de outubro, a locação de 11 mil netbooks com Internet para os alunos e professores do Fundamental como forma de incentivar as aulas virtuais.