Fonte: JCNET
A autorização do prefeito Clodoaldo Gazzetta sobre a retomada de atividades das escolas particulares de Bauru tem gerado divergência entre os sindicatos ligados ao setor. Enquanto o sindicato patronal afirma que a volta é essencial para os alunos, o dos professores acredita que o momento ainda é arriscado.
Conforme o JC noticiou, foram autorizados o retorno do reforço escolar e o acolhimento dos alunos da rede privada a partir da próxima segunda-feira (21). Para o diretor regional do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), Gerson Trevizani Filho, as instituições estão prontas para a volta e vão seguir todos os protocolos de biossegurança que serão estabelecidos pela prefeitura em decreto.
"Acredito que o recomeço gradativo, parcial, é a forma correta. Assim, as escolas conseguem se preparar melhor para a retomada total prevista para outubro pelo Plano São Paulo. Já as escolas que sentirem que ainda não é o momento têm a opção de manter as atividades virtuais", explica Trevizani, lembrando que os pais também não são obrigados a enviar os filhos para as aulas, mesmo que a escola retome as atividades.
O diretor do sindicato acredita que a volta é essencial para os estudantes, após seis meses em casa. "Algumas crianças estão tendo muitos problemas para aprender com o ensino virtual. Precisam de reforço e, principalmente, de acolhimento dos professores", avalia Trevizani.
MOMENTO ERRADO
Enquanto isso, Sebastião Clementino da Silva, o professor Macalé, presidente do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Bauru e Região (Sinprobau), acredita que a volta presencial ainda é arriscada porque o patamar da Covid-19 segue elevado na cidade.
"Diversas pesquisas apontam que as crianças são assintomáticas, mas podem levar o vírus para outras pessoas. Ou seja, estamos pensando na saúde dos professores, dos alunos e dos seus entes queridos", sinaliza.
O presidente também aponta que não são todas as instituições que atendem aos critérios de segurança e que os locais precisam ser fiscalizados com antecedência. "Os professores nos procuram dizendo que estão com medo de voltar, principalmente os que são do grupo de risco", observa. Vale lembrar que os integrantes dessa faixa não são obrigados a trabalhar.
"Não podemos duvidar do trabalho científico que os especialistas estão fazendo. Nós nos preocupamos em preservar a vida, porque conteúdo escolar nós conseguimos recuperar depois", finaliza Macalé.
Questão econômica
Para Sebastião Clementino da Silva, o professor Macalé, presidente do Sinprobau, a autorização da retomada apenas na rede privada sinaliza uma grande influência da questão econômica.
Por outro lado, o diretor regional do Sieeesp, Gerson Trevizani Filho, afirma que a preocupação, neste momento, é recuperar os alunos que foram afetados pedagogicamente e emocionalmente pela pandemia. "As escolas já tiveram uma perda de alunos grande este ano. Ou seja, já perderam financeiramente o que tinham que perder", avalia.