Apeoesp aponta que 95% das escolas não aceitaram a atividade escolar sem segurança ante a covid-19. Balanço do governo paulista fala em 200 escolas abertas em 128 cidades
ão Paulo – O primeiro dia da volta às aulas para reforço escolar iniciadas hoje (8) pelo governo paulista de João Doria (PSDB) tiveram adesão de apenas 3,53% das escolas estaduais paulistas. Segundo o balanço do governo paulista, 200 unidades abriram as portas em 128 cidades. Mas a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo não soube informar quantos alunos e professores participaram das atividades. A capital paulista e todas as outras 38 cidades da Grande São Paulo, além de outros 26 municípios, vetaram expressamente qualquer tipo de volta às aulas em setembro.
Para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), ficou claro que professores e estudantes não vão aderir ao projeto de volta às aulas de Doria sem segurança em meio à pandemia.
“As informações de que dispomos indicam que está prevalecendo o bom senso neste dia 8 de setembro. Pelo menos 95% das comunidades escolares não estão endossando a irresponsabilidade do governo Doria. Em defesa da vida, recusam-se a retomar atividades presenciais nas escolas, em meio à pandemia de covid-19. Fico muito satisfeita em constatar que o trabalho de conscientização que a Apeoesp vem realizando incessantemente surtiu efeito. Vamos continuar dialogando com professores, estudantes, funcionários, pais e responsáveis e com a sociedade em geral. E explicar que só poderemos voltar às escolas após a pandemia”, disse a presidenta do sindicato e deputada estadual, professora Bebel (PT).
As atividades que podem ser retomadas são acolhimento psicossocial, reforço escolar, tutoria e atividades esportivas ou culturais. Podem participar no máximo 20% dos alunos. Segundo o governo Doria, a prioridade é atender os estudantes do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental – período de alfabetização; 5º e 9º anos do Ensino Fundamental – encerramento de ciclos; e 3º ano do Ensino Médio. A volta às aulas com conteúdo regular está prevista para 7 de outubro.
Além das cidades que vetaram qualquer forma de volta às aulas em setembro, inclusive de reforço, as regiões de Registro, Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Barretos, São João da Boa Vista e Marília estão a menos de 28 dias na fase 3-amarela do Plano São Paulo e não podem reabrir as escolas. Além delas, as regiões de Franca e Ribeirão Preto estão na fase 2-laranja e também não podem reabrir. As aulas foram suspensas em todo o estado em 23 de março, como parte da estratégia par contar a proliferação do novo coronavírus.
O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, não comentou o baixo número de estudantes e professores nas escolas hoje. Ele apenas ressaltou que as atividades são opcionais.
“A gente tem ainda a decisão sobre outubro. Nós temos a previsão de volta às aulas para o dia 7 de outubro e ainda temos que cumprir algumas condicionalidades do mês de setembro. Estou falando de atividades curriculares. Que, se voltar, não serão obrigatórias aos alunos na primeira etapa estarem presencialmente”, afirmou, em entrevista ao telejornal Bom Dia São Paulo.
Fonte: Fepesp/Rede Brasil Atual/Rodrigo Gomes