Os sindicatos e o patronal voltaram a se encontrar na mesa de negociações, na manhã desta quarta-feira, 19/08, e o que não houve, na verdade, foi negociação: as mantenedoras do Ensino Superior receberam uma contraproposta de reajuste salarial, atrasaram o início da reunião para dar uma olhada no texto e voltaram para dizer que não aceitam nada do que propomos.
Não aceitam mediação, nem arbitragem e não reconhecem o imenso esforço exercido por professores e todo o pessoal de apoio já durante os tempos normais e agora durante a pandemia: ao contrário de restaurantes e comércio em geral, que pararam de funcionar durante a emergência sanitária, as instituições de ensino continuaram funcionando, e faturando, durante o período de suspensão de aulas presenciais.
Ficou provado, nesta pandemia, que o que mantêm os alunos pagantes na instituição não são bibliotecas, laboratórios, salas de aulas, nem prédio bonito – mas, sim, os professores, que continuam ensinando de suas casas, transformadas em estúdios, em aulas remotas, do jeito que der e garantindo o ano letivo para as instituições.
As mensalidades, essas foram reajustadas no início do ano. Mas as IES choram como se fosse o fim do mundo.
Na rodada de negociação desta quarta, a comissão de negociação dos sindicatos, coordenados pela Fepesp, apresentou um cronograma de reposição de perdas salariais, levando em conta que todos passamos por dificuldades por causa da pandemia do coronavírus. Levamos em conta também que negociamos um acordo de dois anos para a convenção coletiva – até o final de fevereiro de 2022 – o que garante previsibilidade e preservação de regras de relações de trabalho para as instituições e garantia de direitos para os educadores.
Na próxima semana, o patronal irá realizar assembleia das mantenedoras, para tentar explicar por que insistem nesse aperto dos seus professores e auxiliares. E decidir por uma ou nenhuma proposta de reajuste.
E, com base no resultado dessa assembleia, caso apresentem proposta formal de encerramento desta fase da negociação, os Sindicatos da Fepesp decidirão pela convocação de assembleias.