O patronal chegou com atitude diferente na rodada de negociação desta terça-feira, 01/07, na campanha salarial do Ensino Superior: sem demonstrar a intransigência de encontros anteriores e com disposição em aceitar a manutenção da convenção coletiva da categoria na maior parte das suas cláusulas.
“Houve um recuo por parte das mantenedoras”, diz Celso Napolitano, falando pelos sindicatos integrantes da Fepesp na comissão de negociação. “Os negociadores do lado patronal abandonaram a contraproposta apresentada na última reunião e concordaram em negociar tendo por base o texto apresentado pelas Federações. Ainda há divergências, mas que poderão ser resolvidas com o acerto de alguns detalhes nas redações, principalmente por conta do estado de calamidade pública e dos decretos de isolamento social, avalia Napolitano.
A posição firme dos Sindicatos em não abrir mão das conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho, impedindo um retrocesso com a desculpa da crise sanitária e de uma discutível perda de receita, foi o principal fator na mudança da atitude patronal na mesa de negociações.
A principal divergência reside na insistência patronal em não reajustar os salários. As mantenedoras insistem em não oferecer qualquer reajuste para cobrir a defasagem salarial de 2019, provocada pela inflação. O patronal não tem qualquer argumento razoável para negar um reajuste que, na prática, representa menos do que a metade de uma folha de pagamento mensal nos salários de um ano inteiro.
“Queremos uma proposta que possa ser apresentada em assembleia para avaliação de professores e auxiliares de administração escolar”, diz Napolitano. As federações e as mantenedoras voltarão à mesa de negociações na próxima semana, quando também será discutida a questão do banco de horas dos auxiliares, outro dos entraves remanescentes nesta negociação.
Fonte: Fepesp